Planejamento Sucessório: o que é e aspectos técnicos

O planejamento sucessório é um conjunto de estratégias e instrumentos legais utilizados para organizar a transferência de bens e direitos de uma pessoa após sua morte. O objetivo principal é garantir que a sucessão ocorra de forma ordenada, minimizando conflitos familiares, custos e a carga tributária envolvida no processo de herança. Mas para ter um processo claro e eficiente, é preciso estar ciente de seus aspectos técnicos. Veja a seguir em nosso artigo esses aspectos.

Instrumentos Jurídicos:

a)    Testamento: documento que permite ao indivíduo definir como seus bens serão distribuídos após sua morte. Existem diferentes tipos de testamentos (público, cerrado e particular), cada um com formalidades específicas. O testamento permite garantir a divisão de bens respeitando a legítima dos herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), mas também possibilita direcionar parte dos bens para outras pessoas ou causas.

b)    Doação em Vida: a doação é uma ferramenta eficiente para antecipar a distribuição de bens e evitar complicações futuras no inventário. Pode ser feita com reserva de usufruto, permitindo que o doador mantenha o uso dos bens enquanto vivo. No entanto, é necessário observar as regras relativas à legítima, que não podem ser desrespeitadas.

c)     Holding Familiar: consiste na criação de uma empresa para administrar o patrimônio familiar. Através da holding, os bens são transferidos para a pessoa jurídica, e os herdeiros passam a deter quotas ou ações dessa empresa. Esse modelo pode oferecer vantagens fiscais e maior controle sobre a sucessão, além de possibilitar a diluição de conflitos.

d)    Seguro de Vida: embora não seja diretamente um instrumento sucessório, o seguro de vida pode ser uma importante ferramenta para prover liquidez imediata aos herdeiros, permitindo que eles cubram despesas com inventário ou impostos sobre a herança.

Aspectos Tributários:

a)    Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD): no Brasil, a transmissão de bens por herança ou doação está sujeita ao ITCMD, cuja alíquota varia conforme o estado. O planejamento sucessório visa, entre outros objetivos, otimizar essa carga tributária, buscando formas legais de minimizar o impacto financeiro sobre os herdeiros.

b)    Ganho de Capital: em algumas situações, a doação de bens em vida pode gerar a incidência de imposto sobre ganho de capital, quando o valor de mercado dos bens supera o valor pelo qual eles foram adquiridos.

Herança e Legítima:

No Brasil, o Código Civil estabelece que 50% do patrimônio do falecido deve obrigatoriamente ser destinado aos herdeiros necessários. O planejamento sucessório deve sempre respeitar essa regra, sob pena de nulidade das disposições que contrariem a lei. Os outros 50% do patrimônio podem ser distribuídos livremente, conforme a vontade do testador, o que oferece flexibilidade para beneficiar outras pessoas ou instituições.

Inventário e Partilha:

O processo de inventário é a formalização jurídica da transferência de bens. Ele pode ser feito judicialmente, quando há divergências entre os herdeiros ou quando há menores envolvidos, ou extrajudicialmente, quando há consenso e todos os herdeiros são maiores e capazes. A partilha dos bens pode ser feita de acordo com a vontade do falecido, desde que respeitada a legítima, ou conforme as regras legais em caso de ausência de testamento.

O planejamento sucessório é, portanto, uma ferramenta essencial para garantir que o patrimônio de uma pessoa seja transferido de forma eficiente e de acordo com seus desejos, evitando litígios familiares e otimizando a carga tributária.

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