Reforma Tributária: como fica o saldo credor de PIS/COFINS na transição para a CBS?

A Reforma Tributária brasileira, ao estabelecer a criação de novos tributos como o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), gera uma série de mudanças que impactam diretamente as empresas e a gestão tributária no Brasil. Entre os aspectos que merecem atenção durante a transição, um dos pontos de destaque é o saldo credor de PIS/COFINS, especialmente no que diz respeito à sua utilização na transição para a CBS.

O saldo credor de PIS e COFINS ocorre quando as contribuições pagas pelas empresas, no regime de não cumulatividade, superam as que deveriam ser pagas sobre a receita de vendas. Ou seja, a empresa acumula créditos sobre determinadas aquisições de insumos e despesas, que podem ser usados para compensar os débitos dessas contribuições nas operações subsequentes.

No cenário atual, quando o crédito de PIS/COFINS excede o valor a ser pago, esse saldo credor pode ser utilizado para abater o valor devido em períodos futuros, ou, em algumas situações, ser restituído pela Receita Federal.

Durante a transição para a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), o saldo credor de PIS/COFINS poderá ser utilizado de forma a garantir que os créditos acumulados não sejam perdidos. A compensação de créditos tributários funcionará de forma não-cumulativa para a CBS, permitindo que os tributos pagos ao longo da cadeia produtiva formem créditos imediatos. Esses créditos poderão ser utilizados para compensar o valor devido pelo contribuinte em operações subsequentes.

Como será a utilização do Saldo Credor de PIS/COFINS na CBS?

A Reforma Tributária prevê que as empresas poderão utilizar o saldo credor de PIS/COFINS acumulado durante o período de transição para compensar tributos incidentes sobre o consumo de bens e serviços. O mecanismo de transição, portanto, visa garantir que as empresas não sejam prejudicadas por créditos acumulados durante a vigência do PIS/COFINS. Importante frisar que devem estar devidamente registrados no ambiente de escrituração essa utilização de créditos.

Uma vez que a CBS tem uma estrutura simplificada e será aplicada sobre uma base mais ampla (todos os bens e serviços, com poucas exceções), as empresas que acumularem saldo credor de PIS/COFINS terão de realizar ajustes para adaptá-los à nova forma de tributação. O processo de compensação ocorrerá com base em regras estabelecidas em regulamentação futura, e deverá ser feito por meio de declaração específica, que indicará a utilização do saldo credor de PIS/COFINS.

Para evitar que o saldo credor de PIS/COFINS não seja perdido no processo de transição, a Reforma Tributária assegura que, caso a compensação do saldo credor com o CBS não seja possível ou desejada pelas empresas, haverá a possibilidade de restituição desse saldo. Essa restituição pode ser realizada por meio de um processo administrativo junto à Receita Federal, permitindo que a empresa recupere o valor acumulado e o utilize para outros fins.

O prazo para essa restituição será estabelecido de forma progressiva, com o objetivo de não onerar excessivamente as empresas, mas também garantindo a compensação fiscal entre os períodos de transição. Vale ressaltar, que os créditos do PIS e da COFINS, inclusive presumidos, que não forem apropriados ou utilizados até 31/12/2026, permanecerão válidos e utilizáveis.

Aspectos Práticos da Transição

Durante a transição, as empresas precisarão realizar ajustes contábeis e fiscais para lidar com as mudanças no regime de compensação e nos saldos credores. Entre os passos mais importantes estão:

● Revisão de créditos acumulados: As empresas devem revisar os saldos credores de PIS/COFINS que possuem, considerando o novo formato de tributação. A partir de 2027, as empresas devem registrar adequadamente o saldo remanescente para que ele possa ser usado nas compensações futuras.

● Planejamento tributário: As empresas devem começar a elaborar estratégias de planejamento tributário para otimizar o uso dos créditos de PIS/COFINS remanescentes. O foco será minimizar o impacto fiscal da transição e garantir a continuidade da compensação de tributos durante o período de adaptação.

● Adaptação dos sistemas: Para garantir que a compensação dos créditos seja realizada corretamente, as empresas precisarão atualizar seus sistemas de contabilidade e gestão fiscal, ajustando os processos de apuração do crédito tributário e da compensação com o novo sistema de IBS e CBS.

A transição do PIS/COFINS para a CBS traz desafios, especialmente no que diz respeito ao saldo credor acumulado pelas empresas. A possibilidade de compensação desse saldo representa uma solução importante para minimizar o impacto da mudança no fluxo de caixa das empresas. Contudo, a implementação do processo de compensação e a restituição dos créditos dependerão de regulamentações futuras, que deverão fornecer mais clareza sobre os procedimentos operacionais e prazos envolvidos.

A correta adaptação às novas regras será fundamental para garantir que as empresas possam usufruir dos benefícios da Reforma Tributária sem sofrer perdas financeiras devido à transição. Além disso, o acompanhamento atento da evolução legislativa e das normativas fiscais emitidas pelos órgãos competentes será essencial para o sucesso dessa adaptação.

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